sábado, 3 de janeiro de 2015

Sonic - Mega Drive





Falar de Sonic é falar da história viva dos videogames e, claro, da história da Sega.

Como todos (pelo menos eu imagino que sim), todos que venham a ler este post conhecem minimamente a história dos games, vou me ater a outras particularidades da minha experiência com o porco-espinho azul.

A primeira vez que vi o desenho do bichinho pensei que ele tinha sido desenhado pela Disney. Sei lá, provavelmente era o tamanho dos olhos, aquele nariz parecido com o do Mickey. Alguma coisa me dizia que aqueles traços tinham inspirações em vários outros personagens.




Não me lembro exatamente quando experimentei pela primeira vez um jogo com o Sonic, mas acho que foi no Master System do vizinho, bem antes de eu ter o Mega Drive. Desde o começo já achava bonita demais aquela primeira fase, tradicionalmente verde, azul e marrom. Um lindo campo cheio de coisas bonitas que, mais tarde, daria lugar a lugares mais obscuros e estéreis.

Por causa do Sonic eu queria um Mega Drive. Por causa do Sonic, eu virei um “seguista”. Por causa do Sonic quase enlouqueci meus pais para me darem um Mega Drive de presente de aniversário. E eu fui atendido.

Pra começar, enxerido que sou, nas proximidades do meu aniversário já desconfiava que meus pais já tinham comprado o dito cujo. Minha mãe e meu pai nunca foram muito bons em guardar segredos. Eu tinha certeza e comecei a procurar nas gavetas de documentos provas do “crime”. Sem muito trabalho, eu achei.

Um recibo de uma loja chamada “Casa das Festas”, que era isso mesmo, uma loja de artigos para festa mas que também vendia brinquedos e...videogames!

Estava lá, preto no branco, a nota fiscal que descrevia “1 VIDEOGAME MEGA DRIVE TECTOY”. Não me pergunte o preço, mas era caro.

Aí eu caí na pressão!

E eles cederam!

Estava escondido na casa do meu vizinho da frente, o mesmo que tinha o Master System onde eu assistia e às vezes jogava o Sonic.

A caixa estava embalada, acho, num papel vermelho e quando vi aquilo simplesmente enlouqueci! Eu e meu primo Fabricio abrimos o pacote e aí...aí minha mente explodiu!

A linda caixa preta da Tectoy, a então fabricante oficial do console no Brasil, com a foto do videogame, de um controle de 3 botões e o desenho dele, do porco-espinho azul mais amado do universo logo abaixo, com seu indicador levantado mostrado que tinha chegado para ficar.


Não é a minha caixa, mas a esta era a minha versão do console.


Eu acho que abrir uma caixa de videogame é umas das coisas mais maravilhosas que se pode acontecer com quem gosta disso. Cada pedaço de papelão que protege o tesouro é retirado cuidadosamente. Os plásticos que envolvem os cabos e o controle. A caixinha preta do jogo, pois na época era padrão vir um jogo junto com o console. E, finalmente, no centro da caixa, o console, o coração e o cérebro de toda a diversão. Ergui-o com todo o cuidado e solenidade, observando cada detalhe, o botão de volume, a entrada para fones de ouvido, as ranhuras na parte esquerda, o círculo no restante do topo do objeto, no centro do qual seriam colocadas as dezenas de cartuchos que viria a jogar ali e, escrito em um lindo detalhe prateado, a marca de uma era, a revolução que só seria superada pela chegada do Playstation muitos anos depois, a expressão “16 bits”.

Liguei toda a parafernália na TV, coloquei o lindo cartucho preto com etiqueta amarela com a figura do Sonic no slot e mudei a chave de off para on pela primeira vez.

“SEEEGAAAAA”!

Seeeegaaaaa!!


Quando ouvi aquilo ao olhar para a tela branca com o Sega escrito em azul eu quase chorei.

“Mãe, vó, tem voz!! Ele fala!!”

Logo depois, apareceu aquele que seria o cenário de primeira fase mais clássico depois do Mario (admito), com o seu oceano lindamente cintilante, as montanhas propositalmente e maravilhosamente pixeladas ao fundo e, no centro, ladeado pelas asas que remetiam a sua velocidade, o porco-espinho e seu dedo indicador em riste. Uma obra de arte, um ícone perfeito, um símbolo de uma geração.


Começando a aventura!


Depois disso, foram muitas horas, mas muitas horas mesmo de Sonic.

Sei de cabeça as músicas de todas as fases até hoje, descobri os segredos de todas os níveis e consegui terminar o jogo com todas as esmeraldas pelo menos uma vez.


Este eu posso dizer que gastei. Por isso, é um jogo que vou guardar para sempre na lembrança, não só pela qualidade do software em si, mas pelas sensações que ele me trouxe desde a primeira vez que entrei na Green Hill Zone.





No próximo post, Halo - Combat Evolved.