sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Pro Evolution Soccer 5 - Xbox





Não jogo bola. Não sei jogar bola e, sim, por isso eu era goleiro na escola.

Eu era relegado a esta posição pela minha evidente e assumida falta de habilidade com a redonda e por eu ser gordo. É...a vida na época em que bullying não era algo repreendido na sociedade não era fácil. Mas eu sobrevivi...e continuo gordo.

Desde os tempos de Atari eu jogo futebol no videogame, mas convenhamos que o Atari não era um primor em jogos de esporte, a não ser no “Tennis”, este sim, uma joia rara.

Aí fui para os 8 bits e me diverti imensamente com o “Goal” da Jaleco. Este game era bom mesmo! Só tinha seleções nacionais, o único formato de jogo possível era Copa do Mundo e ninguém reclamava disso. Muitas partidas desse clássico foram jogadas em meu console Hi-Top Game, um dos muitos Nintendo 8 bits genéricos do mercado nacional à época, junto com meu primo Fabricio.

Quando a era 16 bits começou, as possibilidades da nova geração eram muito maiores graficamente e é claro que os jogos de futebol foram devidamente bem explorados pelas desenvolvedoras de games da época. Vários títulos foram lançados, cada um explorando um tipo de visão de jogo, modos de controle e jogabilidade. Todas concorrendo entre si para achar o Santo Graal do futebol virtual, a forma perfeita (ou a mais perto disso possível) de simular uma partida de futebol.

Tecmo World Cup 92 (como assim?), Super Futebol, World Cup Italia 90, International Super Star Soccer, Fifa Soccer e muitos outros. Não faltava opção de game de futebol na era 16 bits. Cada game tentava melhorar um aspecto do jogo ou opções de melhorias nos jogadores e personalização de times.

No Neo-Geo CD joguei o clássico dos árcades Super Sidekicks 2. Este foi o primeiro jogo de futebol que joguei que poderia ser localizado em espanhol e não dá para esquecer algumas expressões como “tiro de puerta” e o grito empolgado de “Goooooolllll” tão natural a nós latinos.

Pulando uma boa parte da história dos videogames e chegando ao domínio da Sony com seu Playstation, eis que descobrem o primeiro Santo Graal do futebol virtual.

A japonesa Konami lança o Winning Eleven e milhões de jogadores no mundo todo finalmente conseguem sentir-se como jogadores de futebol de verdade. Gráficos e sons inimagináveis até então, física aplicada no jogo e jogabilidade muito próxima da perfeição. Sim, Winning Eleven mudou o paradigma dos jogos de futebol em videogames.

Mas a minha história só tem início uma geração de consoles depois com o mais novo ator do embate pelo coração (e pelo bolso) dos gamers de todo o mundo: o Xbox.

A Konami, que até então só lançava seus jogos para o Playstation lança para o Xbox, da Microsoft, o incrível Pro Evolution Soccer 5. E quando eu joguei este jogo pela primeira vez não preciso dizer o que aconteceu, mas eu digo mesmo assim: aquilo explodiu a minha mente!

Na época eu era da turma do Jack Sparrow, sabe. Comprei uma versão piratinha, para o meu console que tinha um chip só pra rodar esses discos “genéricos”. Fazer o quê? Mas hoje já me endireitei. Só compro jogos originais há uns 8 anos.

Mas nesta de jogos piratinhas, encontrei um que já tinha os times brasileiros e sul-americanos no lugar das equipes europeias. Era um dos muitos “mods” criados por programadores fãs do jogo e que queriam fazer uma graninha fácil.

Bom, o jogo fluía como nenhum outro antes dele, tinha controles absurdamente precisos, gráficos excelentes para sua época, jogadores reais e era possível fazer todo o tipo de firula futebolística imaginável na intenção de humilhar o adversário. Simplesmente um primor!

Assim que descobri o modo Master League eu viciei instantaneamente. Era tudo o que eu queria! Fazer um time de futebol do comecinho mesmo, desde o uniforme até o banco de reservas , treinar, jogar e até escolher um estádio para jogar como mandante. “ESCATABUUMMMMM”!!!


Além destas características, tinha também evolução de jogadores, comprar e vender atletas nas janelas de negociação, jogar mais de um campeonato na temporada, lidar com as lesões dos comandados e, obviamente, jogar e jogar até fazer calos nos dedos. Ainda tenho meus calinhos do Pro Evolution até hoje e me são muito úteis!

Mas meus melhores momentos com essa maravilha foram em jogos com meus camaradas boleiros virtuais.

Jogando em lugares impróprios (e por enquanto fica por isso), ficávamos madrugadas inteiras em pelejas pelo domínio do campo de jogo. O vício foi levado às últimas consequências ao colocar em risco o próprio ganha-pão! Um absurdo! Mas um absurdo espetacular, perfeito, empolgante e desafiador.

Partida após partida, jogada após jogada, berrávamos contidamente (isso é possível) naquela enorme sala com metade das luzes apagadas. Alguns tinham coisas a fazer e as faziam na maior velocidade que podiam para poder terminar a tempo de jogar algumas partidas. Companheiros de outras salas que trabalhavam nestes horários alternativos vinham até a minha, abrindo metade da porta e perguntando com o rosto iluminado pela excitação da contraversão, “E aí, trouxe?” E eu respondia devolvendo a mesma expressão, “Claro, depois chega aí, seu pato!” Que demais! Que época!

Cada jogo era uma batalha travada com paixão e com orgulho. Muitos placares apertados, muitas goleadas, muitos lances inesquecíveis e outros para tirar sarro para sempre. Murros na mesa, socos na parede, berros (às vezes altos demais) e risadas, muitas risadas.

É uma outra sensação jogar com pessoas ao seu lado...

Tínhamos nosso times favoritos, nosso campos favoritos, nosso ranking particular, nossos esquemas táticos específicos e assim foi por um bom tempo.

Mas uma hora eu deixei de levar o pesado Xbox, controles e jogos na mochila e simplesmente acabou. Bola pra frente.




No próximo post, um clássico entre os clássicos, um jogo que redefiniu o sidescrolling e colocou pimenta na disputa Sega X Nintendo: Sonic.


quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Samurai Shodown II - Neo-Geo CD




Era para eu escrever sobre o Pro Evolution Soccer 5 desta vez, mas um querido amigo lembrou-me de um dos jogos de luta mais hardcores de sua época e que tivemos o privilégio de jogá-lo em toda a sua plenitude gráfica e sonora: Samurai Shodown II, para o Neo-Geo CD.

Numa época em que jogos em CD-Roms estavam começando a ficarem comuns e a Sega e Nintendo ainda dominavam o mercado de consoles, eu fui presenteado pelos meu pais no Natal de 1995 com uma máquina incrível chamada Neo-Geo CD, produzido pela japonesa SNK.

Até então a SNK produzia consoles que rodavam cartuchos, como era a tecnologia dominante na época. A diferença desta empresa para as outras que existiam no mercado era potência das suas máquinas e, mais que isso, a capacidade de armazenamento de dados de seus cartuchos.

De fato, eram fisicamente muito maiores que os da concorrência e isto se traduzia em extrema qualidade e polimento dos jogos (a maioria de luta). Neste caso, o tamanho fazia toda a diferença. Eu nunca conheci alguém que tivesse um console Neo-Geo de cartucho e até aquele longínquo dezembro de 1995, nunca tinha jogado qualquer jogo produzido pela SNK. Eu estava entrando naquele mundo novo de olhos vendados, enfeitiçado pelo gráficos espetaculares dos jogos que enfeitavam aquela enorme caixa preta.

E esta sempre foi uma das coisas na SNK que mais me chamava a atenção, pois tudo o que ela produzia era grande. Cartuchos grandes, consoles grandes e pesados e controles grandes que imitavam uma mesa de arcade, os verdadeiros joysticks.

O Neo-Geo CD era especialmente grande e muito pesado, ainda mais se comparado com meu console na época, o combo, Mega Drive/Sega CD.

Melhor que tudo, dentro da caixa já vinham dois controles (dos pequenos, só pra contrariar, mas com uma precisão absurda) e um jogo, ou melhor, "o" jogo de luta mais foda de todos os tempos: Samurai Shodown II.

Minha cópia da lenda


Quando coloquei o disquinho preto, com uma serigrafia muito simples e com um padrão que se repetiria em todos os jogos produzidos para o console e liguei o bichão, deu vontade de morrer. Mal acostumado com os cartuchos que não tinham tempo de carregamento algum e com o Sega CD, que era até bem rápido, olhar aquela barrinha amarela sendo preenchida juntamente com uma montagem de mangá dos personagens do jogo foi, no mínimo, desestimulante. Mas a barrinha encheu e aí, meus amigos...aí tudo mudou.

Apenas lembrando que o game estava dentro de uma mídia de CD-Rom e particularmente nesta época, a mudança mais significativa e facilmente notada para qualquer jogador era a qualidade do som.

Músicas japonesas reais, tocadas com instrumentos clássicos japoneses, vozes cristalinas e efeitos sonoros fora de qualquer classificação para a realidade gamer de meados da década de 1990. Tudo aquilo foi demais para mim. Além disso, os gráficos, claro!

Pixels muito bem desenhados e que ficavam cada um no seu lugar, uma explosão de cores incomparável, fluidez de movimentos, efeitos de zoom in e zoom out, letras gigantes que apareciam na tela no início de cada luta e no final de cada round e personagens enormes.

Não preciso dizer que aquilo explodiu a minha cabeça.

Os controles eram simplesmente perfeitos. Tudo acontecia na hora certa se os comandos fossem feitos da maneira correta. Depois de um tempo jogando, os golpes saiam quase naturalmente e todos personagens tinham qualidades e deficiências de modo que o jogo era muito equilibrado.

Havia combos e golpes especiais que faziam a tela brilhar e, se você desse sorte, poderia admirar os rios de sangue que jorrariam da jugular do infeliz do seu adversário no final da luta. Em casos de finais mortais, os juízes da luta levavam o "corpo" do lutador derrotado em uma maca coberta de palha, enquanto o vencedor saltava do cenário numa enorme figura em mangá que ocupava metade da tela, enquanto abaixo dessa imagem, apareciam suas frases de triunfo e desdém. Sen-sa-cio-nal!

Isso é game de luta old-school!

Quando ganhei o Neo-Geo CD, meu primo e meus amigos nos juntávamos na sala de casa sentados no sofá e no chão, no meio dos fios da extensão elétrica que ligava o videogame.

Quem perdia dava a vez para o outro e quem ganhava aguardava a próxima vítima.

O jogo montava um ranking do número de vitórias ininterruptas que cada um conseguia fazer. A competição era extrema, barulhenta, sangrenta e altamente apelativa. Algo que não existe mais nos dias de hoje, graças aos grupos de jogatina online dos novos consoles. Novos tempos, novas modas, novas maneiras de se divertir.

Mas creio que aquela época, o final da era 16 bits foi muito especial. Foi a época em que os amigos compartilhavam na escola suas peripécias gamísticas e não através das redes sociais. Os jogos coletivos eram curtidos indo até a casa dos colegas, integrando muito mais o pessoal e dando aquela característica familiar à brincadeira.

Emprestávamos cartuchos, íamos à locadora para pegar os lançamentos vindos diretos do Paraguai e dedicávamos horas a fio para terminar um jogo a tempo de devolve-lo após um fim de semana de locação.


Era um mundo bem mais simples em todos os sentidos e no sentido da tecnologia também, mas um coisa jamais vai mudar: o fascínio pelo entretenimento eletrônico.

Esse dura até hoje!


No próximo post, agora sim, Pro Evolution Soccer 5!!


segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

The Elder Scrolls IV - Oblivion





Meu primeiro contato com jogos da série “Elder Scrolls” foi através do terceiro título da série, “Morrowind”, para PC.

Na verdade, não me chamou a atenção.

Acho que era porque nunca curti jogar com teclado/mouse e me cansava ler os diálogos e fazer todas aquelas andanças pelo mundo do jogo sentado na cadeira desconfortável da mesa do PC. Na real, sempre achei que PC não era pra se divertir. Hoje já penso um pouco diferente, mas para jogos ainda prefiro os consoles.

Então, depois que joguei algumas horas, fiz uma ou outra sidequest, desisti de Morrowind. Até que, um dia, dando uma olhada em um site referência do Xbox vi as análises sobre um tal de “Oblivion”, o quarto jogo da franquia “Elder Scrolls”.

Foi paixão à primeira vista.

Armaduras e armas da Idade Média, castelos, fazendas, cavernas, ruínas antigas e vilarejos, tudo em um mundo tão vasto e dinâmico que simplesmente percebi que era aquele tipo de jogo que eu queria jogar para sempre. Um RPG em primeira pessoa altamente imersivo e imprevisível, no qual eu poderia escolher desde o tipo de raça do meu personagem, com suas vantagens e desvantagens, passando pelo material da armadura, a qualidade das armas, o lugar onde morar e até o tipo de caráter que eu assumiria em minhas relações interpessoais no jogo. Aquilo explodiu a minha mente.

As possibilidades do jogo eram tão absurdamente infinitas que eu cheguei a ficar horas só montando as características físicas do meu personagem. Sim! Rosto, marcas de expressão, cor do cabelo e dos olhos, corte de cabelo, homem ou mulher! Era uma viagem sem fim.

Definido isto tudo, passei a explorar o mundo, a testar a mecânica do jogo, como matar os inimigos, como interagir com os amigos, em que tipo de lugares eu poderia entrar, quais seriam os primeiros “dungeons” a serem explorados e em que momento eu daria continuidade às quests principais para avançar na estória.

E isso tudo levou muito, mas muito tempo mesmo.

Da última vez que joguei Oblivion, me lembro de estar com cerca de 300 e muitas horas jogadas, somados o jogo principal e as extensões com novas quests. Com Oblivion no meu console, eu simplesmente esqueci de todo o resto da minha coleção de jogos. Aposentei o headset por um tempo e perdi a vida social gamística.

Era tudo o que eu queria, portanto, “The Elder Scrolls IV: Oblivion” para Xbox 360 abre esta seção. Porque foi o jogo que eu mais joguei, em horas, na minha vida. Nunca houve nada em que eu viciasse tanto depois desta joia dos RPG’s.

Mas uma hora acabou e outros títulos vieram...



No próximo post: Pro Evolution Soccer 5!